As vezes grandes talentos só são reconhecidos após sua morte. No caso de Vivien Maier, considerada um dos grandes nomes da fotografia de rua, aparentemente o reconhecimento não era uma preocupação dessa tão peculiar mulher. Viven tirava suas fotos por Nova Iorque enquanto exercia o seu emprego de babá e acumulava milhares de negativos, sem revelar seu talento e suas belas fotografias. Pouco se sabe sobre Maier, apenas que nasceu na França, a função que despenhou durante cuidando de crianças e a fotografia como apenas hobbie nos dias de folga. Ela saia por Nova Iorque, conhecendo novos lugares e capturando as expressões de quem andava pelas ruas, capturando a efervescência da cidade que nunca dorme. Ela também viajou para diversos países, inclusive o Brasil, onde produziu imagens únicas. Era uma mulher independente e liberal, segundo os estudos que traçaram sua biografia, nunca se casou.
Suas fotos nunca reveladas foram achados por demasiada sorte: os milhares de negativos só foram revelados em 2007, quando o historiador John Maloof adquiriu esses em um leilão pois estava desenvolvendo um trabalho acerca de materiais fotográficos. Foi assim que ele descobriu o tesouro de Vivian Maier, começou revelar as fotos e pesquisar sobre a autora. Ele, porém, não conseguiu localiza-la antes da sua morte em 2009, mas tomou como missão atribuir o reconhecimento artístico apropriado ás fotografias, assim como explorar quem tinha sido a artista em vida e traçar uma biografia para essa mulher peculiar.
Vivian Maier (1926 – 2009) destacou-se pelo seu estilo de fotografia de rua, retratando as expressões de diversas pessoas, que muitas vezes passavam invisíveis em um cotidiano apressado do contexto urbano. Suas fotos eram feitas com uma câmera Rolleiflex, que possuía um visor superior, o que permitia que ela fotografasse “discretamente” as pessoas pelas ruas. Predominantemente, suas obras foram produzidas em preto e branco e com alta nitidez e baixa luz, de forma a acentuar precisamente os detalhes de seus retratados. Suas composições pareciam ao mesmo tempo extremamente pensadas e, contraditoriamente, ocasionais. Os temas eram sempre urbanos, desde arquitetura dos diferentes países que visitou durante dois meses, passando por pessoas aleatórias das ruas de nova Iorque até os retratos das crianças de quem foi babá.
Outrossim, o autorretrato foi marcante na sua produção artística; apesar de em quase todas as obras dessa categoria a artista manter um tom sério e uniforme na sua expressão corporal, ela brincava com reflexos, sombras e enquadramentos para criar uma perspectiva da sua própria imagem dentre o ambiente. Sua contribuição mais evidente à fotografia contemporânea diz respeito mais claramente a sua influência no movimento da fotografia de rua, assim como foi importante, também, para retratar um estilo de vida e arquitetura da época.
Esse foi só um pequeno resumo da vida e arte de uma mulher que não podemos explicar em tão poucas palavras. Para saber mais sobre Vivian Maier, indico o documentário dirigido pelo próprio John Maloof: A Fotografia Oculta de Vivian Maier (Finding Vivian Maier), que foi indicado à vários prêmios, incluindo Oscar, BAFTA e EMMY.
New York, NY. Vivian Maier.
New York, NY. Vivian Maier
1959, Grenoble, France. Vivian Maier.
April 7, 1960. Florida
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